sexta-feira, julho 21

Saudade

É noite...


Precisava de compreender tudo o que aconteceu, ou nada...
Às vezes cruzamo-nos, e sinto um frio que me invade como se fosse álcool e, instantaneamente me evaporasse.
Dá-me uma vontade louca de me embriagar de ti...


Apetece-me acender a luz para te ver melhor, os mais ínfimos pormenores de quem tanto amo, e sempre um pouco mais.
Permitir-me ser tão pequena para que a dor seja menor...
Essa dor do tamanho do mundo e sempre mais um pouco, que me faz apetecer espetar agulhas debaixo das unhas, para não sentir o coração a bater angustiado e descompassado dentro de mim, sem dó (nem si bemol) ou piedade...


Amanheceu...
Tenho que tapar a cabeça com a almofada só para não ver o sol, ou para que ele não me veja, não me intimide, como tu tão bem o sabes fazer, inconscientemente ou não...

Nesta casa mergulhada em silêncio tento entender, entender-te, ou se calhar entender-me, mas não o consigo, nunca o consigo...

É um sem fim de perguntas, de respostas que nunca se encontram, nunca se encaixam ou se abraçam...

É um sem fim de pensamentos secamente molhados em lágrimas transparentes e salgadas que saem dentro de mim...

É um querer tão grande...dar-te tudo, dar-me sem reticências ( vírgulas ou pontos), mas que só o tempo o pode decidir...

É amar-te tanto,

tanto que até me dói a alma...



(correndo o risco de me repetir... tenho tantas saudades...)

by myself