Uma estranha forma de sentir II

Os sentimentos do ser humano são do mais fantástico que existe... a ambiguidade daquilo que sentimos, do que os outros acham ou percepcionam do que podemos ou não estar a sentir... o que transmitimos, o que captamos... o que pensamos, o que julgamos... os sentimentos que se sentem, que nos assolam a alma, as indecisões, o que é ou não correcto de sentir, o que nos é permitido, ou simplesmente "proíbido" sentir... o amor ou o desamor que se sente pelos outros... o gostarmos muito, o amar-mos, o gostarmos demasiado de alguém e altruisticamente podermos dizer "gosto demasiado de ti para te querer só para mim"...O destino que por vezes nos deixa um pouco baralhados... as pessoas fantásticas que entram nas nossas vidas, e que a fazem rodar e rodar... dar voltas de 360º, deixando-nos no mesmo sítio, um pouco tontos... como as reticências deste post que inevitavelmente vão surgindo entre cada despejar de letras misturadas na leve fragância a orange que envolve o ar que me rodeia... (cá estão elas mais uma vez, e outra e outra...)
"Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha... porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha, e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si, e leva um bocadinhu de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida, e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso" (Charles Chaplin)
E é mesmo assim... há cerca de 6 meses que recebi esta msg e não a consigo apagar do mail... sabe bem de vez em quando passar por lá e saber que alguém acha que não nos encontrou por acaso... saber o quanto somos importantes para alguém... e que alguém de vez em quando se lembra que existimos, por mais ínfima que seja a lembrança...E a saudade que angustia... a falta que nos faz alguém... mesmo que essa pessoa esteja por perto, nunca está quando sentimos falta dela, ou não fosse a saudade isso mesmo... a falta que alguém nos faz... pensamos nos amigos, essas pessoas tão lindas e insubtituiveis que tornam a nossa vida parecer e ser tão tão importante... a vontade de estar com essas pessoas tão especiais, de ficar, às vezes eternidades de tempo, que para nós não passam de pequeninos milésimos de segundo, que queremos sempre prolongar para sempre, para nos podermos sentir bem, mesmo que não exista uma conversa, um diálogo, só estar um pouco mais perto (fisicamente), um sorriso, uma lágrima, um leve levantar do sobrolho, um abraço, ahhh, um abraço... como eu gostava de poder permanecer num abraço infindável, fechar os olhos e fingir que o resto do mundo não existe... o coração a bater descompassado, pela emoção de um abraço... haverá melhor sensação?... o calor da pele, o leve respirar a passar na nossa pele, suavemente... quase, quase consigo imagina-lo, mas nunca é igual, nem tão pouco semelhante sequer...O que eu sinto, o que tu sentes... sempre tudo tão diferente... entranharmo-nos na pele uns dos outros, porque as palavras são sempre demasiado pequeninas para poderem expressar o que sentimos... sempre demasiado rígidas e pouco claras... e os nossos sentimentos, que não passam disso, os nossos sentimentos, que nunca ninguém saberá decifrá-los ao pormenor, como um puzzle incompleto, em que uma peça se perdeu por aí... os nosso sentimentos que são nossos, só nossos, e que nunca ninguém os sentirá como nós... nunca ninguém saberá como dói, ou como sabe bem senti-los... e como dói pensar isso...Sentirmo-nos como loucos, sempre mais um pouco... ter consciência que o mundo existe mas que não é este o nosso mundo... voar sempre mais um bocadinho e ter a certeza que chegaremos sempre a um patamar mais alto... correndo ou não o risco do céu se desmoronar... "this is the closest thing to crasy i have ever been" ... "being close to crasy is being close to you"...

Em Dezembro escrevi este post... e ao dar uma volta pelo baú das veharias descobri este... nao resisti a republicá-lo... terei tomado uma decisao correcta?

Apeteceu-me e pronto...

by myself